Abro, graças a Pessoa, um volume de astrologia. O autor, já na introdução, adverte-me: “Se você não acredita nos princípios do que será exposto nesta obra, então ela não lhe terá utilidade alguma”. Fecho o volume, agradecido, e passo para o próximo. Que a astrologia funciona não resta a menor dúvida: basta abrir um aplicativo de namoro. Mas, em resumo, uma crença? Estudar para confirmar, sustentar uma crença? Por que não o contrário? Conquanto me empenhe, o acordo com o poeta parece não chegar. É em desalento que noto: o mosquito da crença não me picou.