A mais nítida linha divisória entre artistas inferiores e superiores separa aqueles que fazem arte por brincadeira e aqueles que transmitem através da arte um juízo sobre a vida. O grande artista não se limita a recriar a existência: ele expõe um julgamento sem rodeios, desnuda-se em prosa ou verso. Ele escolhe a temática, constrói um arco visualizando-lhe o efeito, submete o conjunto a um sentimento ou impressão, impregnando a criação de um estado de alma, de um sentimento proveniente do seu juízo. É por isso que há arte artificial, arte fraca, que não comove nem convence. Há artistas protocolares, que brincam e limitam-se a copiar modelos, que fazem arte pela vaidade de fazê-lo, que seguem tendências, que, incapazes de emitir um juízo pessoal sincero, fazem arte pensando em agradar.