O homem moderno trabalha; quando não está trabalhando, está em seu momento “livre”, em seu momento de “lazer”, no momento em que distrai-se e pratica hobbies. Nisto se lhe resume a filosofia de vida. E é por isso que, hora ou outra, seu mundo desaba. A mediocridade da vida que leva escancara o vazio de todas as suas ações. É como se tivesse aceitado viver como uma máquina bifuncional; não há sentido na maneira como vive, há dois botões: no primeiro, liga-se o modo “trabalho”; no segundo, ativa-se o modo “tempo livre”. É ridículo pensar que este proceder chama-se atualmente “normalidade”, cujos desvios já produzem excêntricos e alienados. Ser normal, hoje, é vender ou matar o tempo de que se dispõe. “Qual é o seu hobby?” — e um homem de uma época longínqua se sentiria insultado.