O início da vida adulta é uma fase crítica porque o jovem se vê pressionado a tomar decisões de consequências duradouras sem que se tenha decidido com firmeza sobre elas ou, nalguns casos, sem que tenha personalidade o suficiente para assumir as próprias decisões. A isso soma-se o caso frequente de dependência financeira, que acaba acarretando uma submissão a conselhos e opiniões. Assim, quase sempre cede à suposta “sabedoria dos mais velhos”, quando esta em verdade é-lhe útil apenas enquanto esteja em conformidade com aquilo que verdadeiramente deseja para si. Do contrário, tais conselhos serão somente o empurrão ao abismo que lhe causará o mais severo arrependimento que já experimentou — arrependimento, porém, necessário para que amadureça, e perceba só valer a pena uma vida em que as consequências sofridas são frutos de escolhas pessoais. O divertido, em suma, é que na maioria dos casos bastariam uns poucos anos a mais para que as decisões fossem tomadas de maneira mais sensata; mas não, por algum motivo é preciso tomá-las precipitadamente, talvez por ser o próprio erro fundamental.