Procurei, em inglês e francês, a tradução do vocábulo latrocínio. Não encontrei. Curioso, porque acabei entrando numa reflexão linguística. Passam os anos, e os dicionários alargam-se por uma necessidade natural de expressão em todos os idiomas. Novas formas, novas variantes e, também, novas palavras, a teoricamente agregar precisão e fluidez ao discurso, possibilitando que seja melhor expressa a ideia, ou expresso aquilo que antes não era passível de expressão. Latrocínio: a mim vocábulo rotineiro; ao francês e ao inglês, inexistente. Saio à rua e penso: quando o último caso? Olho, naturalmente, aos dois lados, para frente e para trás, então continuo a pensar. Está muito claro: esta única palavra esconde um universo literário só representável na variante brasileira do português.