Observa-se por vezes naquele experimentado em literatura a capacidade incomum de distanciar-se de si mesmo para analisar-se, isto é, de ver-se como em terceira pessoa, imaginando-se personagem de um romance, não idealizando a própria vida, mas enxergando-se como alguém que decide e colhe os frutos das próprias decisões. Queira, também, idealizar a própria vida, e então será capaz de medir o quanto aproxima-se ou distancia-se daquele que tenciona ser. Em ambos os casos, consegue sobretudo conhecer-se num nível que, sem o conhecimento aprofundado da dinâmica das biografias, é muito difícil de alcançar.