Tenho pensado muito, muito em Nelson Rodrigues, o primeiro e talvez mais importante de meus mestres. A ausência de uma aposentadoria, as doenças, as censuras, as tragédias… tudo isso moldando uma concepção de mundo. O olhar triste e atento à natureza corrompida do homem. A sucessão inacreditável de desditas, o envelhecer acompanhado de seguidos rompimentos, a coragem para trilhar rumo à morte. E ainda assim, o bom humor, a ironia imortal e a capacidade de enxergar luz onde parece não haver.