Oculta, serpejando em quarto escuro,
Vai ela deslizando, compassada…
E a quietação fá-lo ter-se seguro,
O ser que dorme e não percebe nada…Pois delicadamente ela rasteja
Por baixo do lençol, não faz ruído,
E como acariciasse, eis qu’ela enseja
Se enrodilhar no membro protegido.Deleita-se a despeito do perigo
Enquanto sonha o ser inconsciente…
Pois quando acorda, o susto! O triste amigoVê-lhe em redor da perna uma serpente.
Sobressaltado em má sorte imprevista,
Agonizante e imóvel: eis o artista!
(Este poema está disponível em Versos)
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