Poucas obras suscitam gargalhadas tão sinceras quanto as destes “homens da ciência”, como Max Nordau e Cesare Lombroso, que se arrogam o papel de pontífices da lucidez humana e juízes supremos da sanidade mental. Enfim, é preciso admirá-los pela ousadia de empacotar os maiores gênios da história da humanidade, de Mozart a Shakespeare, e taxá-los todos de loucos degenerados. São eles os verdadeiros pais da psiquiatria moderna, que tem no bobo alegre o modelo perfeito de sanidade mental. Um homem comum facilmente identifica o original como doente, mas é preciso ser um visionário para enxergar na própria criatividade um distúrbio mental. Assim como palhaços talentosos, estes homens não merecem de nós senão aplausos efusivos e enorme gratidão.