Creio ter sido Paracelso a dizer que, para desenvolver-se espiritualmente, o homem deve passar, todos os dias, no mínimo meia hora recluso, em silêncio, e sem pensar em nada. Noutras palavras: o homem deve cultivar o hábito da meditação. É curioso que a recomendação venha de um ocidental que viveu num tempo em que não havia boas traduções dos textos orientais. Portanto, é de se presumir que Paracelso chegou a tais conclusões pela experiência, a mesma experiência indispensável para validar o que é ensinado há tantos séculos no oriente. Não há negar: a meditação, se praticada regularmente, prova-se indubitavelmente proveitosa. Com o tempo, é possível perceber ostensivas diferenças entre os dias em que se medita e os dias em que a prática é postergada. O exercício de estabelecer a própria vontade sobre a mente, isto é, o exercício de calá-la, anulá-la, controlá-la robustece sobremaneira não somente o autocontrole, mas a capacidade de escolher. Isso para não falar nas sensações provenientes do estado mental induzido pela meditação profunda, nas portas que se abrem pelo esforço contínuo. Enfim, o sábio alquimista sabia o que falava e foi, sem dúvida, um homem superior.