Para o artista iniciante, intimida o constatar-se precedido de dezenas de séculos e um número incalculável de outros artistas que efetivaram o que ele tão somente pretende fazer. Se adicionamos os críticos e teóricos da arte, teremos então uma infinidade de juízos, escolas, definições daquilo que é ou não é arte, é ou não é bom, deve-se ou não se deve fazer. Nisto, aquele que ainda luta para encontrar a expressão daquilo que sente ver-se-á bombardeado e dificilmente arriscará o primeiro passo, sendo mais cômodo calar-lhe a voz interior. A verdade, porém, é que o artista tem de assumir-se, e será tanto melhor quanto antes o fizer. Todo esse imenso passado, que encanta e intimida, deve ser aproveitado na medida em que lhe seja útil, e jamais deve configurar um obstáculo para a expressão daquilo que lhe pareça justo. É preciso coragem! E, ademais, personalidade para executar exatamente aquilo que quiser.