Por melhores que sejam os poemas curtos, e por mais afeiçoada que se lhes seja a mente moderna, são eles, isoladamente, incapazes do grande efeito poético. Este somente se alcança quando a mente atinge um grau de êxtase que exige, primeiro, uma absorção completa e, segundo, um determinado número de versos. Quer dizer: é preciso que a mente se imerja na atmosfera poética que a conduzirá no movimento de ascensão. Então, verso a verso, a concentração aumenta, os estímulos se intensificam e o grande efeito, desde já, vai sendo construído. Em resumo: para que o pico impressione, é preciso precedê-lo da escalada.