Um músico, obrigatoriamente, precisa entender de ritmo para compor uma boa música. Para isso, é necessário que ele saiba, ainda que instintivamente, o que é beat e tempo. Só assim será capaz de diferenciar as inúmeras frequências possíveis e os efeitos que poderá alcançar com cada uma delas na sua composição. Querem dizer que há poesia sem ritmo. Há, sem dúvida, versos de péssima qualidade… E ainda que o poeta queira prescindir do elemento mais importante para diferenciar uma composição poética da prosa ou da língua falada, acredito seja impossível negar quanto o conhecimento do ritmo agregaria ao seu arsenal de efeitos expressivos. Pois bem. Para entender de ritmo, na poesia, é forçoso que o poeta compreenda a métrica e, consequentemente, a contagem de sílabas poéticas. Não há outro meio: o poeta que não entende a contagem de sílabas nunca será capaz de entender o que é quantidade e qual a relação que as sílabas tônicas mantêm com as não acentuadas em intervalos regulares. Assim, nunca saberá o que é ritmo e acabará compondo versos que não agradam ao ouvido. Pergunto: será boa a poesia que o ouvido repele?
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