Se a mágoa e o caráter são verdadeiramente grandes, o resultado é o silêncio. Não se admite jamais que a língua articule palavra sobre a ferida: isso não é senão o respeito por si mesmo e pelo próprio passado. A mente, porém, que se vale da ética somente quando lhe é conveniente, cuida eternizar a mágoa por evocações regulares. E assim, não podendo freá-la, o espírito tem de acostumar-se a esta dupla realidade, sempre atento para não se trair permitindo que escape aquilo deve continuar encoberto. É preciso muito traquejo e paciência para lidar com essa área escura independente da vontade.