Se algo é publicado, será lido: é esta uma realidade inevitável. Mas é bom pensar que tal nunca ocorrerá, pois assim se pode criar com tranquilidade e independência. Há algo de belo e solene neste silêncio que acompanha a criação e, o mais das vezes, a recepção de uma obra. É um silêncio ilusório, mas extremamente estimulante, e se fez presente na maior parte das grandes obras já concebidas. Se pensar no natural rompimento deste encanto, o artista julgará melhor jamais publicar nada, e por isso não deve fazê-lo: deve permitir-se iludir, e aproveitar a calmaria como se fosse garantida e eterna.