Por que é que os evangélicos — lá vou eu meter-me onde não devo… — improvisam as preces? Penso e a conclusão é inevitável: sempre que, escutando um evangélico a rezar, a frase murcha, a palavra falha ou o sentimento se não expressa com potência, vejo atirada ao ridículo a seriedade da oração. Pergunto-me se apenas eu estou a reparar o descompasso da frase não planejada que, mostrando-se impotente, recorre à entonação para expressar-se e — desculpem-me a sinceridade — deveria envergonhar. Tão mais bonita é a oração pronta, e mais quando silenciosa. Deve ser algum defeito de discernimento, mas vejo como clara a relação entre silêncio e reflexão, silêncio e respeito, silêncio e solenidade. E importuno-me com a pergunta sem resposta: por que o homem de fé não segue o exemplo de Deus e se cala?
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