Deve ser uma tarefa um tanto desagradável a do historiador que, dispondo-se a narrar a biografia do grande homem, não pode dela ocultar a ação sempre presente e sempre odiosa dos homens medíocres que o invejam e o tentam derrubar. E, afinal, parece não ter havido historiador a livrar-se deste encargo, visto que, para eximir-se de invejosos, o homem de talento teria que se não mostrar jamais. Algum destaque, dá-se o implacável provérbio japonês. Não há, mesmo, esforço maior do que aquele necessário para, conhecendo o mundo, não maldizê-lo; o otimismo refletido é uma tremenda e meritória obra intelectual.