Voltaire, mais do que ninguém, tinha de crer na existência de uma entidade superior que o concedeu a graça de acertar um cavalo premiado e desfrutar de uma estabilidade que, à esmagadora maioria dos mortais, parece fábula. Voltaire, Voltaire… tu foste redondamente ingrato! E vejam só! Não bastasse este contrassenso, temos aí uma multidão de Boehmes que, sem iluminação, sentem-se iluminados. Tudo isso parece-me extraordinário. Seriam consequências da esperança? estaria esta calcada numa necessidade, e portanto ausente no eminente sortudo? poder-se-ia, assim, classificá-la como um prêmio? Talvez, talvez…