Os ortodoxos taxam de mercenário aquele que crê na esperança da recompensa eterna. Quanto à vida prática, não passa de um erro grosseiro acreditar em qualquer sorte de meritocracia operante, quando em termos práticos a própria existência encerra uma vistosa injustiça. Calcar a motivação na esperança de um pagamento certo é postura infantil, frágil, senão indutora da vaidade. Trabalhar diariamente, com afinco, a despeito do futuro: eis a distinção daquele que se eleva acima de uma relação comercial.
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