A literatura, ao contrário do que pode parecer, não precisa de leitores para que sobreviva. Em verdade, não precisa de nenhum leitor, nunca — basta-lhe um punhado de artistas verdadeiros. Enquanto houver alguém, como Pessoa, a enxergar num Antero um irmão de espírito, a literatura perdurará. E é indiferente que a humanidade desconheça tais homens, que a esmagadora maioria nunca lhes ouça uma palavra: basta que um deles nasça, e cumpra-lhe a missão de colocar mais um elo na corrente.