Em tônicas sequenciais, algo quase sempre de sonoridade desagradável em poesia, dá-se uma escalada de acentuação que, enfraquecendo o primeiro acento, tonifica o segundo. Poder-se-ia dizer que, desta maneira, gera-se artificialmente no verso uma acentuação mais forte que a de uma sílaba tônica comum: portanto, uma átona escala para uma acentuada que escala para outra mais acentuada. De maneira inversa, é possível gerar um movimento de acentuação artificialmente decrescente nalguns casos quando, trabalhando versos binários, insere-se um vocábulo esdrúxulo cuja última sílaba ocupa uma posição onde deveria haver acento; o efeito é oposto: esta última sílaba, embora não seja, parece menos acentuada que a anterior, graças à ressonância da primeira, que assim aparenta mais forte que normalmente seria. Ambos procedimentos, se utilizados com inteligência, podem suscitar efeitos interessantes.