Percorro vários dos discursos de Osho…

Percorro vários dos discursos de Osho

Percorro vários dos discursos de Osho e sou gradativamente provocado por uma engraçada ironia. Eu, que repetidas vezes alfinetei a “mente ocidental” e seu formalismo; eu, enquanto percorro estas linhas, interpelo o autor a cada página: “De onde tirou isso? Onde está esta e aquela outra citação de Buda? E este sutra, de onde vem? De onde estão saindo todas essas frases entre aspas?”… É como se uma força me dissesse: “Não era isso que desejavas? Não estavas tu, ainda hoje, debochando da referenciação estéril e da fundamentação capenga de um sujeito?”. Pois é, pois é… A verdade é que sou insuportavelmente ocidental. Leio orientais com prazer, mas é possível que não soubesse sequer me portar diante de um deles. Se lhes algo aprendi e aprendo, não há dúvida que há entre nós uma discrepância fundamental que me não permitirá, nunca, assumir-lhes integralmente qualquer doutrina, vê-la plenamente impregnada no meu pensar e agir ou, noutras palavras, há um limite de quanto lhes posso aceitar. Assim, aproveito algumas centenas de páginas mas, dado momento, a mente fatiga e exige-me um volume com bibliografia e notas de rodapé.