Futuro da humanidade

Futuro da humanidade

Tenho algumas perspectivas otimistas no que tange ao futuro da humanidade. Aqui vai uma: imagino uma hipótese em que, num futuro próximo, os avanços digitais possibilitariam que João, um estocador de frios, comprasse um bilhete para embarcar eternamente em uma instigante realidade virtual. (Para que o mundo se tornasse realmente melhor com o avanço, o preço do bilhete teria de ser acessível; digamos, custando o equivalente a três anos de trabalho braçal.) Então João deixaria de ser um trabalhador mal remunerado, com péssimas perspectivas, insatisfeito com a vida, importunado pelos bancos e adotaria um nickname interessante, abrindo mão de uma vida pífia para adentrar em outra estimulante, repleta de aventuras e desafios, que guardasse glória e respeito ao player esforçado. O novo João, a depender de seu esforço, poderia ocupar uma posição de destaque em sua nova realidade. Em contrapartida, cá do lado real do mundo, a ciência poderia inventar uma máquina que mantivesse o funcionamento do cérebro de forma independente do corpo; isso possibilitaria que João, uma vez participante da nova realidade, fosse cortado do pescoço para baixo, sendo seus órgãos vitais destinados a transplantes. É uma possibilidade um tanto otimista: João ficaria satisfeito e faria a felicidade de algum necessitado. Demais, seus restos materiais — a princípio inúteis — poderiam ser usados em pesquisas científicas ou a outras finalidades que interessassem à evolução da espécie. Acredito que, dessa forma, a ciência e a tecnologia digital certamente estariam operando para a felicidade geral, o bem-estar da sociedade e o progresso da humanidade da uma forma socialmente sustentável e consciente.

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