Lemos um punhado de poemas coevos…

Lemos um punhado de poemas coevos e vamos percebendo: rompe-se com a pontuação, dispensa-se as maiúsculas, os versos são o mais das vezes curtos, e parece-lhes o efeito depender da estética e das palavras solitárias enquanto unidades de sentido. A verdade é que se tira efeitos interessantes de tais técnicas, já amplamente exploradas… Sugerem um como êxtase estas construções meio irracionais, meio exóticas e aparentemente desleixadas; mas parece a mais drástica mudança, no que tange à técnica, consistir em que os poemas tornaram-se peças visuais. Ainda que dependentes das palavras, têm eles a sonoridade como secundária, e são feitos para serem lidos, ou melhor, visualizados — jamais declamados. É certo: encontramos uma ou outra aliteração, um ou outro paralelismo; mas não quiseram ser tais poemas construções rítmicas. Há de se admitir: ainda que por vezes careçam de técnica, em muitos deles encontramos gênio — o que sem dúvida é superior…