Leva um tempo para que o artista descubra que a melhor arte que pode fazer é aquela mais íntima, mais genuinamente sua, e não a mais aclamada pela crítica. Leva um tempo porque, ao principiante, parecerá disparatada a ideia de que deve buscar a autenticidade, quando é principiante e, portanto, tem de aprender e tem de ainda se encontrar. Daí que a imitação, em maior ou menor medida, é um caminho natural e proveitoso. Mas chega o momento em que a prática evidencia suficientemente aquilo que é e não é próprio. Então, fica também evidente que a imitação, se muito, é um trampolim para a grande arte, e que esta não pode ser feita senão com a substância daquilo que mais agita a consciência individual.