Os modelos de metrificação de Said Ali e Castilho

Said Ali e Castilho

É interessante comparar os modelos de metrificação propostos por Said Ali e Castilho. Por um lado, é difícil negar que o modelo de Castilho, de praticidade imensa, estabelece critérios assaz úteis e aplicáveis à interpretação de quase a totalidade dos versos metrificados em língua portuguesa. Entretanto, se comparamos ambos os modelos, já não entre si, mas com modelos de outras línguas, percebemos que a metrificação proposta por Said Ali permite uma interpretação mais coerente dos movimentos rítmicos tradicionais da poesia. Decompor um poema em unidades rítmicas (pés) em vez de decompô-lo em sílabas poéticas parece favorecer-lhe a apreciação enquanto composição ritmada. Considerando o fim do verso exatamente na última sílaba tônica temos, muitas vezes, de romper a cadência natural do verso, ainda inacabado. Há, sobretudo, composições que não permitem versos esdrúxulos, para citar um exemplo. E, sabendo do sucesso tremendo do modelo de Castilho, impressiona que uma contraposição frontal (e assaz pertinente) como a de Said Ali tenha passado praticamente ignorada entre os poetas da língua. Por quê?

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