Salvo engano, foi Nietzsche quem disse que, para saber respeitar, é preciso saber desprezar. E é por isso que o elogio iterado parece oco. Conquanto seja muito mais agradável, é preciso exercitar também a crítica, para que o elogio, quando venha, saia valorizado. Rejeitar e apreciar são, enfim, manifestações complementares e indissociáveis.
Categoria: Notas
É realmente difícil conciliar a paz interior…
É realmente difícil conciliar a paz interior com as demandas diárias que, imprevisíveis, as vezes parecem não objetivar senão destruí-la. Daí que se impõe a articulação de um plano consciente para sustentá-la, cuja ação primordial é relembrar-se de contínuo de sua necessidade. Pois o refúgio, a paz interior são bem isto: necessidades. Do contrário, não se consegue a sobriedade no pensamento e muito menos a tranquilidade necessária para a justa reflexão.
É incrível notar como a poesia…
É incrível notar como a poesia, da metade do último século em diante, tornou-se praticamente ilegível. Ilegível e ruim, salvo raríssimas exceções que parecem pertencer a outro tempo. Não adianta, nem com a máxima boa vontade supera-se o problema: a poesia contemporânea, quando muito, aparenta interessante, ilude quando dotada de uma obscuridade que parece guardar algum tesouro. Enfim, o esforço para compreendê-la nunca compensa. É lamentável.
Ainda que beirem o irreal e o inconcebível…
Ainda que beirem o irreal e o inconcebível, sem dúvida os textos místicos são leitura mais agradável que a mesquinhíssima literatura do banal. Porque aquela, como as lendas e como a literatura fantástica, possui um teor sugestivo muito mais estimulante do que este realismo corriqueiro, que faz com que a leitura aparente uma tremenda perda de tempo. Se é para imergir nas letras, que seja para que a mente se expanda, e não para que se aprisione naquilo que não carece nem de letras, nem de imaginação.