O colapso da democracia

Colapso da democracia

Divirto-me, por alguns minutos, imaginando hipóteses para o colapso natural da democracia. O colapso é natural porque a democracia é naturalmente falha e incompetente. Vamos ver: a primeira hipótese seria algum tipo de revolução. Difícil… Revoluções fazem barulho, o povo é o senhor do barulho, e dificilmente o povo apoiaria uma revolução para a abdicação do próprio poder. O povo jamais diria: “Realmente, sou um imbecil, e o mundo seria melhor se eu deixasse de me meter em questões que não tenho a menor capacidade de avaliar”. Por isso, ainda que regiões democráticas se vissem na miséria, dificilmente uma solução não democrática seria aprovada pela “vontade soberana”. Segunda hipótese: a subjugação pela força. Países não democráticos submeteriam os menos desenvolvidos e passariam a controlá-los politicamente. Muito, muito difícil se feito a descoberto: culminaria em guerra, mortes, revolta, etc. etc. Uma guerra parece-me, sobretudo, pouco inteligente. Há uma terceira hipótese, ainda considerando a subjugação pela força, porém de forma velada. Quer dizer: pela força econômica, os mais desenvolvidos e não democráticos solapariam a soberania dos atrasados. Parece-me perfeitamente possível, posto os infinitos e hipotéticos meios de execução. Tapear o povo seria tarefa facílima na era do marketing. Difícil, talvez, seria subjugar o ego dos representantes da vontade suprema. Mas para isso há capital, há tecnologia da informação, há engenharia de intimidação. Engraçado: ainda que dispensemos entrar em teorias da conspiração, a conjeturar conluios entre a elite global, resta evidentíssimo um balão inflando, inflando, inflando, e é inevitável não divertir-se imaginando-o a estourar.

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