O futilíssimo apreciador da “beleza”

Talvez seja irreversível a imagem do poeta como o futilíssimo apreciador da “beleza”, como o desocupado cujo objetivo de vida é “tocar corações”. Oh, ridículo! E pensar que poetas foram Dante e Homero… De todo modo, já não há o que fazer. A menos que a poesia prove-se objetivamente indutora de qualidades palpáveis que aquele que a desconhece não possui, e a menos que surja uma corrente de poetas que rompam totalmente com aquilo que se tem feito em poesia, e que estes se tornem conhecidos, tenham suas obras amplamente divulgadas, lidas e relidas, — algo assaz improvável, — tal cenário aparenta definitivo.