Vou deixando que fale o Goethe de Eckermann enquanto a mente é-me tomada por um turbilhão de comentários de Nietzsche, Jung e Cioran. E oscilo enquanto Goethe discorre sobre a arte e mil outros assuntos, ora apreciando-lhe as palavras, ora experimentando um completo estranhamento. Um espírito complexo e admirável, sem dúvida. Mas um espírito de quem julgo-me afastado, por inclinações e pela própria concepção da poesia, do poeta e da arte. A grandeza de Goethe, como artista e como homem, é inquestionável. Porém, seria possível ajuntar aqui um caminhão de ressalvas, que são felizmente escusadas por já estarem presentes na obra de Jung.