É interessante notar a descrição do homem demoníaco contida no Bagavadeguitá. Embora haja a menção natural ao modelo malicioso e cruel, a ênfase é dada ao ganancioso, materialista, cujo desejo insaciável guia-o na busca incessante de riqueza e poder. Ter isso, ter aquilo; sucesso, ambição; prazer em sentir-se poderoso; vaidade infinita… De tudo isso extrai-se uma visão de mundo luxuriosa e arrogante, que atira o ser em competição para com os outros, dando azo à inveja e à mesquinharia. Um ser que age e não poupa meios para alcançar o que quer: subjuga o mundo ao seu projeto pessoal. Nunca a parcimônia, nunca a frugalidade, nunca a compaixão sincera. Desnecessária a conclusão…