O moralismo é o primeiro passo de uma trajetória intelectual que não se pode resumir ao moralismo. É preciso que o moralista dê um passo adiante, e supere as constatações provenientes da análise do mundo: ele deve transformar-se e despegar-se deste caso queira progredir. Mas é difícil concentrar-se em evoluir, superar, esquecer, colocando uma pedra sobre aquilo que um dia mereceu atenção; o fazê-lo parece como uma traição à própria natureza, uma negação do passado e uma desvalorização daquilo que a mente produziu. Julgamentos errôneos, porém. A vida intelectual é justificável somente enquanto se movimenta, e o intelectual somente enquanto se permite criar.