O pagode infame

O pagode infame

Paga-te cá bum contigo
Pátria que pá dum doído
Tapa te tacou teu filho
Tapa que tapou teu grito

Gabas-te qu’aqui tá tudo dum
Primor tá tudo tudo bom?
Data cá — tudo tudo bom? —
Pátria pá do vudu cupom

Quando em que data te o pudor
Sumiu da lata e te cegou?

Boteco fecha-te o do tapa
Que tapou-te o grito
— O tapa que talou-te o brio —

O eco que escapou emancipado
Te pagou-lhe infindo
Escárnio qu’escapou
Do Tejo ao teu telecoteco

Cala ingrata que toldou-te o brilho
Empaca-te o tambor teu filho
Em tapa te tratou aceita e

Paga-te cá bum contigo
Pátria que pá dum doído
Tapa te tacou teu filho
Tapa que tapou teu grito pá!

(Este poema está disponível em Versos)