Interessante como o dever de originalidade assombra o escritor médio. Quer dizer: antes de expressar-se com sinceridade e potência, tem de ser original. Mas a originalidade, a menos que o escritor deliberadamente se valha de uma fórmula pronta, plagie e recuse-se a pensar com independência, aparece de forma natural. Primeiro, porque as interpretações psicológicas dos fatos, a relação travada entre o indivíduo e a realidade circundante são variáveis e quase únicos. Segundo, porque as biografias, estas sim, são absolutamente individuais, ou seja: cada escritor possui experiências únicas a serem transmitidas para sua arte. Por isso, a menos que tencione ser alguém que não a si mesmo, qualquer meia dúzia de linhas sinceras fará com que o escritor pareça sempre original.
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