Expansões em choque

Miro-me os trinta e seis poemas. Saíram, isso é certo. Meses de trabalho árduo, mas saíram. Então reparo o imenso contraste entre as rajadas que, simplesmente, permiti se manifestassem. O moralismo que desgosto é-me nas linhas componente obrigatório — jamais o calarei, jamais neutralizarei uma dimensão de mim mesmo… Depois, a psicologia do desespero, os rompantes da mente inserida em corpo contrário à ação, perplexo da própria existência. E, finalmente, o cinismo, o escárnio, a expressão de alguém incapaz de se não atirar conscientemente no ridículo. Sigamos com o derradeiro…

____________

Leia mais:

Fadiga

Fadiga, esgotamento total. Sensação de ter visto todos os exemplos cedo demais. Condutas demasiado previsíveis, desinteressantes… Nada de novo, nunca. Repetição que começa a irritar. Desencanto absoluto, desejo de paralisar o tempo, negrejar todas as cores, anular a realidade…

____________

Leia mais:

Tirania sem fim

Buscar sentido através de fenômenos externos é mecanismo que, apesar de comum, jamais levará o ser à independência. Atrelar-lhe o valor a juízos incontroláveis, quando não simplesmente injustos, é nivelar-se por baixo e evidenciar carência de autonomia. Pior é ver que a aceitação, quando efetivada, não faz senão apontar os tipos de rebanho — maioria absoluta — que, apesar de não perceberem, jamais deixarão a condição de vassalos, porquanto enxergar o meio como soberano é submeter-se a uma tirania sem fim.

____________

Leia mais:

Entre humildade e vergonha

De início, sentar-se voluntariamente no banco dos réus. Então proceder com a própria condenação. O resultado óbvio: a contraindicação de si mesmo. Perda das ilusões, talvez alguma apatia, silêncio e muitas horas de reflexão. Assim, entre humildade e vergonha, é possível traçar algum plano de ação…

____________

Leia mais: