O sentido de dever é, desde que posto em prática, o combustível mais eficiente para uma vida satisfatória. Além dele, porém, é preciso destacar os efeitos esplêndidos experimentados por aqueles que mantêm aceso por toda a vida o desejo de aprender. Não importa a idade, é senti-lo e os dias amanhecem diferentes, acorda-se com outra motivação. E todo o processo de aprendizado, com os seus pequenos progressos, a superação de dificuldades, a ampliação do horizonte de estudo, torna os dias mais estimulantes, e gera a expectativa do amanhã. Satisfação semelhante, tão duradoura e tão saudável, talvez não se encontre de outra maneira.
É sempre admirável quando o historiador…
É sempre admirável quando o historiador ou o biógrafo conseguem demonstrar-nos com clareza o homem que existe por detrás da obra. É esta uma tarefa dificílima, repleta de armadilhas que podem comprometer todo o esforço de compreensão. Mas, quando bem-sucedida, entrega ao leitor um material de valor inestimável, não apenas quanto à conexão entre vida e obra do qual depende, mas também quanto ao painel maior da existência. Vemos ali hábitos, crenças, conflitos, ideias, predisposições, e quer nos identifiquemos com eles, quer não, aumentamos nosso arsenal de possibilidades, compreendemos a vida melhor. É um material que nos possibilita, em suma, aprender com o exemplo de um homem real.
A certeza enquanto se vive neste mundo…
A certeza enquanto se vive neste mundo é ter de confrontar distúrbios repetidamente, não importa o quanto se isole ou evite a confrontação. Virão os distúrbios como vem o dia, quer nas grandes, quer nas pequenas coisas, bastando para notá-los um envolvimento qualquer. Por isso faz bem aproveitar aqueles momentos em que o ato empreendido flui como leve, sem obstáculos; logo, logo, eles aparecerão.
Grande parte do constrangimento verdadeiro…
Grande parte do constrangimento verdadeiro ao qual o homem se submete é eliminado tão logo ele aprenda a dizer não. Porque, em suma, o constrangimento não é senão um protesto interior, é o íntimo a manifestar desacordo para com as condições externas, o remorso pelo não engolido. Experimenta-o, portanto, todo aquele que se trai. Neste sentido, antes ser louco e ter coragem de assumir-se, negando com firmeza tudo aquilo que não convém.