O afastamento que não parece ter limites entre o português culto, já agonizante, e o português falado no Brasil, somado ao desinteresse cada vez maior pela escrita, evidenciado pelo aumento exponencial da oralidade, são motivos suficientes para demonstrar que, quem escreve hoje, escreve para potenciais leitores futuros. Por um lado, é isso um excelente incentivo à grande literatura, à literatura dos temas atemporais. Por outro, é o retrato de uma cultura morta, que inviabiliza, por exemplo, uma revista literária com autênticos literatos. Até a mídia escrita, se exclusivamente escrita, já parece inviável. Não é exagero dizer que, hoje, escrever é ou um ato de gratidão, ou um ato de fé.