Parnaso de além-túmulo, de Chico Xavier

É realmente uma piada o deparar-se com eruditos mais impressionados com a presença de epênteses ou diéreses em determinados poemas desta obra, do que com as circunstâncias absolutamente extraordinárias em que foram eles concebidos, diante de dezenas de testemunhas oculares as mais variadas. Se esta obra impossível não valida o processo humildemente exposto pelo autor, então decerto nada o validará jamais, pelo simples motivo de ser repugnado a priori por detratores indispostos a reconhecer no próximo capacidades que não têm. Um único soneto, feito intempestivamente num jato, cuja ideia se concatena na métrica e as rimas satisfazem, já seria motivo suficiente para deixar boquiabertos todos aqueles que se arriscaram alguma vez a escrever algum. E disso, então, que dizer? Só mesmo a inveja, ou o mais absoluto dos fanatismos para aventar palavras de descrédito ao autor.