Sarcasmo, sarcasmo…

Sarcasmo

Vocês acabarão concluindo que sou incapaz de me afeiçoar: muito bem, muito bem… quase lá! E chegará o dia — isso parece-me evidente — em que eu não mais me suportarei. Pois a conclusão é óbvia: vejo em tudo mazelas… e a mim mesmo não me julgo demasiado especial… Contudo me agrada o meu próprio cinismo, e isso dá-me forças, distingue-me do mundo em redor. Penso por quanto tempo… Mas que opções teria ao meu feitio exótico? Digo: já estou contaminado. Poderia eu, hoje, neste estado, dizer palavras de esperança? Poderia crer-me uma exceção? Fazer de minha mente um teatro (como faço de minhas relações)? De forma alguma… meu cinismo jamais permitiria. Não vejo nos outros senão o que habita e lateja em mim mesmo, portanto encabeço, sem dúvida, a lista de meus condenados. Com a diferença, claro, da consciência e do sorriso sarcástico no rosto…

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