Se um povo não possuísse nenhum distintivo além da linguagem, esta já seria suficiente para dar-lhe uma literatura inteiramente original, ainda que se limitasse refazer o já feito em outros idiomas. Quer dizer: se a linguagem é autêntica, nunca se imita, porque nela sempre haverá algo de singular. Mas além disso: a maior literatura será aquela que englobar, no próprio idioma, a maior gama de modelos e temáticas, e portanto é mais que conveniente, mas necessário repensar na própria língua o que já foi pensado noutras, recriar o já criado dotando-o, pela linguagem, de cores autenticamente vernáculas: só assim se constrói uma tradição literária vigorosa e de valor universal.