O objetivo de uma organização social de qualquer espécie deveria ser, antes de tudo, o estabelecimento de um ambiente de cooperação mútua, de forma que, conjuntamente, seus integrantes pudessem executar quaisquer funções que porventura exerçam melhor do que a executariam isolados. Afinal, por qual outro motivo ficaria justificada a organização? Mas acontece que, a despeito da obviedade do que está dito, tal ambiente quase nunca se encontra, e é com espanto que o sujeito acostumado às organizações usuais, cujos membros competem, maquinam, invejam e prejudicam, vence a desconfiança ao se deparar com alguém sinceramente desejoso de o ajudar. Quando isso ocorre, é difícil explicar o que se experimenta; mas, em mente, brota a certeza de que é possível viver uma vida melhor.
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Se, às vezes, o atributo competitivo…
Se, às vezes, o atributo competitivo em adultos revela uma personalidade um tanto imatura, é inegável que todo adulto necessita ter como bagagem a experiência da competição. Daí o principal valor educativo dos esportes, que, se bem que possam entregar outros benefícios pela prática contínua, ensinam o mais valioso nesta primeira assimilação. Sem tal experiência, o sujeito entra na vida adulta completamente despreparado, e muitos dos problemas psicológicos que terá de enfrentar seriam de antemão eliminados caso tivesse vivenciado o que é competir, falhar e vencer.
O indivíduo dá um passo tremendo…
O indivíduo dá um passo tremendo quando começa a somente aceitar conselhos daqueles que, de algum modo, podem servir-lhe de modelo. Nos demais casos, é simplesmente desprezar. Dando este passo, não são poucos nem pequenos os erros evitados, e afinal se supera o problema da autoafirmação. Deve-se ouvir aquele que inspira, e ensina aos outros somente aquilo que fez.
Não espanta ver na literatura…
Não espanta ver na literatura uma coleção inumerável de relacionamentos malsucedidos, visto que, na vida, é mesmo esse o caminho natural. O que talvez seja curioso é o engenho de determinados artistas para retratar as razões do inevitável fim, quando geralmente tudo acontece obedecendo uma sucessão banal. Ah, Nietzsche, Schopenhauer, seus misóginos! Um relacionamento termina quando se inicia o ciclo da insatisfação. Deste, o primeiro sinal já é o fim anunciado, e não é preciso ser filósofo para perceber o porquê. A natureza do lado insatisfeito é invencível, invencível. Não interessam as circunstâncias, o passado, o tempo de relação: manifesta uma única vez a tendência inata, garante-se o fim. Porque, experimentada uma vez, a insatisfação pode até cessar momentaneamente, mas voltará para destruir. É como o felino selvagem que prova pela primeira vez a carne humana: a partir desde momento, o apetite antropófago jamais o deixará.