Às vezes bate uma curiosidade de analisar a grade curricular de um curso de arquitetura, para tentar entender como foi possível essa regressão absoluta, indiscutível, escancarada nos resultados proporcionados pela evolução da técnica arquitetônica. A obsessão pelo baixo custo não parece suficiente para justificá-lo, posto não haver, mesmo nas cidades europeias, alguma em que a parte moderna seja visualmente superior à parte antiga. A arquitetura moderna é, resumidamente, mais feia e menos criativa. Que é isto, pois, que se ensina para que o profissional, com melhores recursos, produza algo expressamente pior?
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O Brasil é o país onde a posteridade não redime
O Brasil é o país onde a posteridade não redime. Disso a historiografia dá provas irrefutáveis, especialmente a historiografia literária. O que há de bom não é lido — é como se não existisse. E o que circula, quando lemos, sentimo-nos diante de paupérrimos resumos esquemáticos que jamais fazem referência a vidas e obras de homens reais. Tais esquemas só conseguem perpetuar a incompreensão e propagar o desinteresse, e quando os analisamos pelas ausências, ou pelas inverdades, ou pela displicência, aí o que sentimos mesmo é vontade de desistir…
Não há palavras para descrever a sensação…
Não há palavras para descrever a sensação que experimentamos quando, apreciando a paz que emana de um texto hindu, recordamos as barbaridades descritas por Oliveira Martins cometidas em solo indiano. É um assombro. Imaginar os portugueses, justamente nesta terra onde a paz é sagrada, chegando como demônios, assaltando e assolando, ateando fogo, roubando, matando, submetendo. E, mesmo nos desembarques menos violentos, corrompendo pelo exercício desenfreado dos vícios mais grosseiros, do materialismo mais radical. Só de pensar em cidades indianas transformadas no receptáculo daquelas perversões espantosas, no destino das maiores ambições terrenas, no paraíso da depravação… o melhor é nem continuar.
O mais impressionante da arte medieval…
O mais impressionante da arte medieval, na qual encontra-se uma profusão de símbolos fabulosa e estonteante, quer no conjunto, quer nos detalhes, é revelar um homem habituado a extrair sentido de tudo, um homem para o qual nada pode haver sem uma significação implícita, um homem incapaz de representar algo que apenas fale em sentido literal. Essa maravilhosa capacidade imaginativa, por si só, é um troféu que consagra uma era.