O sábio enxergará utilidade…

O sábio enxergará utilidade
Dando azo à besta que lhe habita a mente,
Que despertando pô-lo-á consciente
Do imoralismo que lhe é qualidade.

A besta atende ao élan da vontade
E, à sobre-excitação, põe-se fremente;
Lascívia, cana, ou outro entorpecente
No corpo fogo são que o monstro invade.

Então, selvagem, como que possesso,
Comete o sábio algo que não diz,
Sabendo o impulso não provir do acesso.

E, com pesar de ter feito o que quis,
Aprende, embora pávido e depresso,
E é mais sábio sabendo-se infeliz.

(Este poema está disponível em Versos)

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