Tem de haver, obrigatoriamente, uma diferença…

Tem de haver, obrigatoriamente, uma diferença entre versos longamente meditados e versos talhados em segundos. Se não o leitor, é o poeta quem deve senti-la. Caso contrário, é admitir que nem a mente, nem o esforço servem de nada. E a paciência uma virtude daqueles que não têm talento. Não, não… parece haver aí um contrassenso, assim como há justeza na maior gratificação proveniente da conclusão de trabalhos demorados. A grande arte pede tempo, ainda que para ratificar uma criação concebida num repente.