Unidade única

Unidade única

O germe vem à anímica estrutura
Do bem, mostrando bem no dito infando:
O verme quando a presunção tritura
Tritura a presunção purificando!

Há noite e dia, a noite vem sempre antes
Do dia, noite e dia, nunca o inverso:
A treva expulsam raios fascinantes
Tal como um verso segue o outro verso!

A flor não morre em chão ao decompor-se;
Lhe não escorre o ser, somente assume
Melhor feitio: desmanchando a flor se
Conduz ao céu em forma de perfume!

O pão beato curva e sega a fome
E à plantação rega a beata chuva,
O leite existe pra que o homem tome
E o vento quando sopra ao barco adjuva!

O universo de tudo sempre cuida
De dar sentido, unir, essa unidade
Matizes vários tem, conquanto fluida
E sempre idêntica em finalidade!

Ó porco amigo, sigas engordando!
Pois quanto existe, porco, o alimento
Existe a dar-te! Neste mundo brando
Ir-te-ás em infinito alargamento!
Ó porco, sigas sempre acreditando
Que o mundo existe ao teu contentamento!

(Este poema está disponível em Versos)