Ao abrir um livro, não assino um contrato

Não assino um contrato

Lembro-me do dia em que fiz esta magnífica descoberta: ao abrir um livro, não assino um contrato comprometendo-me a lê-lo até o final. Logo brilhando a ideia, transferi, sorrindo, o volume das mãos à prateleira. Desde então, tenho exercido meu direito com frequência cada vez maior. As obras variam, os motivos também: por vezes, o desprezo fala; por outras, grita minha própria inaptidão. E, servindo-me desta utilíssima técnica de pressionar com as mãos a capa contra o verso do livro, aprendi que algumas obras exigem o momento, exigem um preparo adequado (em especial quanto ao domínio do idioma) para se mostrarem úteis ou agradáveis. Assim, fechando-se um livro pode-se poupar tempo, evitar um desgaste desnecessário e impedir que uma experiência futura gratificante queime-se por uma pressa injustificada.

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