O que de praxe chama-se de “amor” exige, obrigatoriamente, uma atitude ativa por parte do amado. Isso a mim é tão óbvio que às vezes me pergunto onde está a falsificação: se na palavra, se no conceito, ou se precisamente essa geração subverteu o sentimento que por séculos denominou-se “amor”. O amor moderno, sobretudo, apresenta-se como necessidade, carência de ser alvo de um esforço alheio, de sentir-se valioso, acompanhado, afagado por alguém que se compromete a agradar. Se o amado toma-o a apatia, pois que o “amor” desbota. Mesquinho esse amor não literário, cuja supressão — seja pela distância ou pelo rompimento — não machuca senão pela constatação da falta dos prazeres (efeito) gerados pela atitude ativa do amado… Sei, sei… exagero, mas como disse: em minha parca e breve experiência, jamais vi amante que amasse uma árvore, muito menos uma pedra…
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