Espero, senão nestas notas, jamais grafar essa palavra insuportável — “eu” — em primeira pessoa. Julgo engraçado como, ainda aqui e exatamente agora, conjugo os verbos na primeira de forma repetitiva, quando ninguém menos que eu mesmo nutro repugnância categórica por essa obsessão moderna com o próprio ser e julgo-me a singularidade mais insignificante de todo o universo. Entretanto, cá estão as justificativas e a confissão: (1) o “eu”, nestas notas, nunca será senão um apelo expressivo rasteiro, quando o objeto destas linhas é inteiramente outro — confessando, espero expulsar a palavra intrusa; — (2) se um dia, e imploro que não aconteça, mas se um dia o “eu” tomar o caminho inverso e passar a ocupar o centro destas notas, então me terei esgotado enquanto artista e enquanto explorador de questões que extrapolam minha realidade mesquinha. É esperar para ver…
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