Ser ou não ser o que de fato somos

Ser ou não ser o que de fato somos

Vamos da abertura do excelente ensaio Banquete de ossos, de Bruno Tolentino, publicado em 1998 e atualíssimo:

À beira das comemorações do Manifesto Antropófago, dentre os mais supervalorizados subprodutos paulistanos, meditemos no pobre estado de nossa linguagem. Passemos sobre a confusão de nossas idéias, coisa herdada dos subprodutos do neopositivismo oitocentesco, já que, no primeiro caso, o problema é bem mais recente, produzido para nós para uso e abuso doméstico e, portanto, reparável por uma difícil, mas urgente, restauração da língua que nos foi legada pelo colonizador à sua dignidade original, isto é, lusitana com muita honra! Não somos uma variante afro-cafuza da lusofonia, nosso dilema não é “tupi or not tupi”, é, ainda e sempre, ser ou não ser o que de fato somos: uma grande e sempre por si mesma renovada civilização lusófona.

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