O mato americano e o mato brasileiro

O mato americano e o mato brasileiro

Não nego: lendo Thoreau, convenci-me de que meu lugar é o mato. E a tentação de largar tudo e partir para a selva foi patente. Porém, lembrei-me de ter lido, também, o enorme Gilberto Freyre. E que diferença para o mato americano e o mato brasileiro! Dois anos na selva, banhando-se no rio, e Thoreau não é mordido nem uma única vez por uma espécie peçonhenta, não tem a plantação assolada por pragas, não sofre com a infestação de mosquitos ou formigas… Assim, o mato realmente parece a paz. Pergunto: quantos se atreveriam a caminhar em mata fechada, à meia-noite, sem lanterna, a replicar Thoreau em solo brasileiro? Talvez eu seja um covarde… De qualquer forma, continuarei sequioso de meu mato, ainda que sua configuração envergonhe profundamente o filósofo…

____________

Leia mais: